Não era a primeira vez que fazia aquilo. Mesmo
assim suas mãos ainda suavam e o coração palpitava. Quem nunca copiou um
trabalho ou colou na prova? Era essa a desculpa de Marcela para esses pequenos
atos “Clandestinos’. Já que todo mundo faz não tem problema.
Era hora do almoço e tudo que ela mais queria era
chegar em casa. Não via a hora de sentar quando entrou no ônibus e avistou uma
única poltrona vazia. Sentou e aproveitou para refletir sobre o seu dia,
Beatriz não podia descobrir da cola. Às vezes era irritante ter uma amiga tão
inteligente, mas tão chata.
“Tantas pessoas se fingindo de honestas, só porque
são chatas” Suspirou Marcela.”Eu sou honesta, e nem por isso sou moralista!” Mal
terminava de sussurrar quando avistou uma senhora de bengala entrar no ônibus.
A menina não só fingiu dormir, como também ignorou o fato de sua poltrona ser
reservada a idosos. Isso não era importante, ela era adolescente, não
envelheceria tão cedo.
Já em casa, despencou no sofá e ligou a televisão. Tudo
que ela queria era descansar. No jornal comentava sobre a descoberta de um novo
esquema de corrupção do governo. O problema do Brasil é a corrupção, Marcela
sabia disso; Irada com as coisas que viu se levantou para discursar:
- Tudo por culpa desse maldito jeitinho brasileiro.
Enquanto a corrupção continuar no nosso país, não chegaremos a lugar algum.
Todos precisam se conscientizar disso, para tornar o mundo um lugar mais justo.
Depois disso cai no sofá, estava se sentindo mal.
Ela era igual aos políticos corruptos! Correu tremendo em direção ao telefone,
precisava falar com Beatriz e consertar uns erros...
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