sábado, 30 de setembro de 2017

Terra dos Homens- Antoine de Saint-Exupéry

Terra Dos HomensEditora: Nova Fronteira
Ano: 2016
Páginas: 152
Idioma: Português 

Sinopse: Em “Terra dos homens”, Saint-Exupéry relata, por meio de uma narrativa fluida e instigante, suas memórias de piloto do correio aéreo francês, as aspirações em sua perigosa profissão e o dia a dia com outros pilotos e amigos, além de descrever suas impressões sobre o mundo e o papel que o homem nele desempenha — pensamentos construídos sob a ótica elevada de quem sempre observou tudo do mais fascinante e particular ponto de vista: as nuvens. Unindo realidade ao lúdico, o factual ao filosófico, “Terra dos homens” discute temas como a amizade, o heroísmo, a morte e a eterna busca por um significado para a vida.

Opinião: Depois de ler "O Pequeno Príncipe", admito, não fui mais a mesma. Foi como se finalmente tivesse achado algo que explicasse meus sentimentos. Como se por um instante pudesse voltar a ser criança. Logo que soube dessa outra obra de Saint-Exupéry, não pude deixar de conhecê-la. Nesse livro autobiográfico, o escritor e piloto nos conta sobre sua experiência nos ares e fora deles. Também sobre o tempo que ficou no deserto do Saara, então podemos ver como esse tempo o influenciou na escrita de seu Magnum Opus. Antoine era um homem que sempre estava com a cabeça nas nuvens, não só por sua profissão como metaforicamente. Enquanto não estava nos ares, estava pensando no ser humano e na vida, e claro, escrevendo. Conhecemos sua faceta e sua curiosidade com os desenhos, o que claramente inspirou o trecho do desenho do carneiro de "O Pequeno Príncipe". Um homem que conheceu diversos povos, culturas e viu a guerra de perto. 
Aqui não temos uma história linear, mas sobre os momentos em que paramos para observar as plantas crescerem, uma mãe amamentar seu filho, que olhamos o pôr do sol... Antoine se incomoda com a miséria humana e sente que somos todos seres cheios de potencial, muitas vezes relegados. Em seu trajeto da Europa para a África e América do Sul encontrou o contraste de cultura e desigualdade social. Curioso capítulo é no qual narra sua forma de lidar com a religião muçulmana tão diversa da sua.
O livro traz reflexões atemporais, por exemplo, sobre a tecnologia, no caso o avião como seu instrumento de trabalho, e a essência da vida.  A sua dualidade entre a vida como meio para o mesmo fim, a paz, o amor e a felicidade, nos mostra uma pessoa muito bem resolvida e objetiva. Por fim, concluo com uma das frases que mais me impactou desse pequeno livro:"Sempre me pareceu que as pessoas que se horrorizam muito muito com nossos progressos técnicos confundem o fim com o meio. Na verdade, quem luta apenas na esperança de bens materiais não colhe nada que valha a pena viver".


domingo, 17 de setembro de 2017

Você merece!

Tenho percebido todos os dias que dar e receber amor é mais difícil do que parece. A entrega diária de si mesmo e o relacionar-se com 7 bilhões de indivíduos, de forma metafórica, é claro, pode ser bastante desgastante. Quando pensamos como amamos tantas pessoas ao nosso redor e porque não sabemos o que fazer para demonstrar o amor, surge aquele sentimento de impotência, insuficiência. Mas não se cobre tanto, é humanamente impossível dar atenção o tempo todo para todos ao nosso redor. Como poderíamos então demonstrar nossos sentimentos em um mundo no qual o relógio palpita sobre escrivaninha?
Relacionamentos pessoais de um modo geral exigem muito de nós. Não é por menos que um número expressivo de casamentos, namoros e amizades tem sucumbido ao fracasso, seja pelas diferenças, medos ou distâncias. No entanto, isso não quer dizer que sejam - ou tenham sido- menos valiosos. Apenas diz que o óbvio, a pressão psicológica pode esmagar nossos relacionamentos a qualquer minuto. Obs.: Desconfigure do cérebro a ligação de relacionamento a algo de cunho conjugal, estamos vendo algo muito mais amplo.
Mais complexo ainda isso se torna quando mencionamentos as diferenças de personalidade. Uma pessoa introvertida, por exemplo, pode muito bem ser falante, receptiva e até viver cercada de pessoas, e nem por isso deixará de ser quem é, dentro de si existem alguns limites a serem respeitados. O que configura uma pessoa como introvertida, pelo menos segundo a teoria de Jung, é o fato de que ela demanda sempre de um tempo sozinha para "recarregar as baterias".E
nquanto isso, os extrovertidos precisam e querem o contato humano, a companhia é o que os anima. Imagine o quão desgastante é para um introvertido explicar para um extrovertido que ele querer ficar sozinho não significa falta de amor...  Isso só para começo de conversa.
É claro que um introvertido gosta da companhia dos outros, mas isso demanda de si. Porém, o extrovertido também precisará demandar de si o respeito ao espaço pessoal do outro para que esse relacionamento prospere. E então enxergamos o fato, amar e dar amor é um comprometimento pessoal, no qual estamos em constante evolução, a cada instante nos expressamos de um jeito particular metamórfico. E entender isso demanda muita maturidade.
Contudo, precisamos compreender tudo isso para aprender a dar e receber o amor. Estamos cercados de pessoas que gostam e reparam em nós, nos admiram, e também de pessoas que verdadeiramente nos amam. Não podemos fechar nossa mente para uma expectativa e nos esquecer da realidade. Do contrário, temos de aprender a receber o amor na forma que ele aparece. Leia-se aqui, amor não quer dizer abuso. Ou seja, nós não conhecemos a vivência de cada um para julgar sua expressão de amor, uma pessoa pode gostar mais de abraços, outra de presentear, outra sorri de longe, e todos são modos de amar. 
Aprender a receber o amor quer dizer aceitar elogios, mesmo que te deixem sem graça, ou você esteja naqueles dias em que nada faz sua autoestima melhorar. Ainda estou aprendendo também a expressar o que sinto, a elogiar e ser sincera sobre meus sentimentos. Aprendendo também a aceitar quando me chamam de "bonita". Aprendendo a acreditar nos elogios, porque isso não é ser iludida, isso é dar uma chance para si mesmo e receber o amor que você merece! Eu sei, todos já nos ferimos de algum modo em algum momento. Pensamos que fomos feitos de bobo e que nada valeu a pena. Mas como já dizia meu amigo poeta: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". (PESSOA, Fernando)
Guardar amor a sete chaves não faz bem para ninguém. Um dia vamos todos morrer, enquanto isso, temos todo tempo do mundo para espalhar amor. Não quer dizer que precisamos deixar nossa essência, ou personalidade ou qualquer outra coisa, de outro modo, significa crescer emocionalmente. Maturidade emocional não tem a ver com idade, mas com a compreensão das diferenças entre os seres humanos ao nosso redor, com respeito ao mundo de um modo geral, com entender que não estamos sozinhos e acima de tudo, com o autoconhecimento. Esse não foi apenas mais um texto de auto-ajuda da internet, esse é um convite, para você se permitir amar e ser amado, afinal, você merece!