domingo, 26 de junho de 2016

Resenha- Tudo e Todas as Coisas

No meu último aniversário ganhei um livro bastante peculiar. (Já deixo uma menção aqui, podem me presentear com livros, cartões presente para livrarias e por aí vai. rsrs ) Peculiar é claro, em um sentido positivo, digo pela diagramação. Você ainda não viu? Tudo e Todas as Coisas (Everything Everything) é um livro bastante curioso e criativo. De forma dinâmica a autora consegue entreter e envolver  o leitor. Admito que no final fiquei até com aquele gostinho de quero mais.
Tudo e Todas as Coisas


Editora: Novo Conceito
Ano: 2016
Páginas: 304
Sinopse: "Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. Olho pela minha janela para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega olhando-o e me encara. Olho de volta. Descubro que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre."



Sobre o livro:

 Imagine que você é alérgica ao mundo, exatamente à tudo e todos, que qualquer coisa pode servir de gatilho para sua eminente morte. Mórbido? Não tanto. Nicola Yoon aborda temáticas muito fortes de uma forma bastante leve. A obra trata de temas como violência doméstica, problemas psicológicos e até morte. Envolta em tudo isso está a trama central: Madeline possui uma doença extremamente rara que a obriga a não sair de casa basicamente desde que era um bebê. Ela vive uma vida hermeticamente fechada, literalmente, porque sua casa é lacrada e qualquer pessoa para vê-la precisa passa por um purificador; as duas únicas pessoas com quem ela tem contato são sua mãe e a enfermeira Carla. Apesar disso tudo, Madeline se considera uma pessoa feliz, ela estuda online e passa o seu vasto tempo livre lendo, lendo e lendo.
   Tudo isso vai mudar com a chegada de Olly, o novo vizinho. Aparentemente recluso, Olly começa a conversar com a vizinha pela internet e eles se tornam amigos. Essa amizade basicamente vai levar a uma outra coisa. Madeline pela primeira vez sente-se com muita vontade de conhecer o mundo. Isto é, mesmo que o mundo venha a matá-la. E esse é o grande embate da personagem, antes de conhecer Olly tudo era simples, mas após ele, ela passa a questionar toda a realidade ao seu redor.
   Devo elogiar a autora pela originalidade quanto ao estilo de escrita e diagramação, que por sua vez tornaram a obra muito mais fluida. Além das reviravoltas da trama, porque todo bom livro precisa de algumas reviravoltas. E preciso mencionar como gostei das intertextualidades com outros livros, pois isso é muito interessante e construtivo. Por fim, digo que esse livro é daqueles bem gostosos de ler, nos faz pensar em como muitas vezes vivemos em nossas redomas de vidro, seja por nossa culpa ou não. Portanto, quem tiver a oportunidade devia ler.

domingo, 19 de junho de 2016

Três anos de "O Diário da Poetisa"

Três anos atrás, eu recém tinha dado fim a meu antigo blog quando conheci a plataforma do Blogger. Estávamos no auge das manifestações de 2013 e minha cabeça fervilhava de idéias. Foi assim que nasceu "O Diário da Poetisa".
Decidi seguir uma linha mais adulta, e repaginei minhas postagens para algo mais consistente. A princípio comecei com poesias e algumas opiniões ( sabe aquelas coisas que parecem estarem entaladas na nossa garganta?) e fui evoluindo para as crônicas, resenhas e críticas de filme. Depois criei o Instagram e se tornou o que é hoje. Gostaria de ir além, porém, vou deixar as coisas fluírem.
O Blog conta muito sobre mim, sobre minha evolução como ser humano também. Além disso, é possível entender os contextos sociais pelas postagens. Pois é, no final das contas nossos registros são muito mais do que meras expressões.
Por enquanto são três anos e não sei quantos mais virão, prefiro ir seguindo meu coração. Vou escrevendo, me tornando uma pessoa melhor e aprendendo a cada dia mais. Mas sem me calar quando vejo algo errado. Colorindo minha vida e sem saber quem leu ou não, continuarei a escrever o meu "diário" de poetisa.
Beijos e muito obrigada a todos que lêem, acompanham e apoiam a ideia.

 Segue a primeira postagem aqui do blog:

A luta do Brasil


"Brasil, Terra que luta pelo que crê! 
Povo brasileiro que quer mais é viver! 
Vamos reivindicar o que é direito!
Vamos lutar pelos nossos preceitos!
Mas sem se esquecer da dignidade! 
E da decência para proteger o que é nosso! 
Que é nosso por direito, vamos cobrar! 
Sem violência, e sem perder a razão!"
Giovana de Carvalho 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Os dias em que dá vergonha de ser "ser humano"

Tem alguns dias em que seriamente sinto vergonha de ser "ser humano". Nós, no auge da nossa racionalidade (será?) nos tornamos cada vez mais egoístas. É cada um preocupado com seu próprio umbigo. A vida não é fácil, claro que não, tudo é corrido, aula, trabalho, leitura, amigos, problemas e quando dá lazer. Uma coisa é se preocupar consigo mesmo e sua autoestima, outra é ignorar o mundo ao nosso redor.
A princípio quero falar do primeiro caso que me chocou recentemente: o "estupro coletivo" da adolescente de 16 anos. Me entristece o fato de algumas pessoas justificarem o ocorrido com "ela mereceu", ou "se estivesse em tal lugar não teria ocorrido isso". Acho que não estamos mais no paleolítico para agirmos como animais, mas deveríamos usar a razão que nos foi dada. Parece que nosso país de raízes cristãs não aprendeu a lição de que ninguém deve atirar pedras uns nos outros, porque todos somos falhos, não é mesmo? E então entro no fato em si, a menina está com sua vida arruinada por causa de uns moleques ( não tenho palavra mais delicada para nominá-los) vazios, que não sabem respeitar outro ser humano e ainda querem expô-lo ao ridículo. A intimidade é uma das poucas coisas pessoais que temos domínio, colocá-la a exposição, ainda quando é por consentimento próprio, é deveras agressivo. E para deixar esse ocorrido como reflexão fica a mensagem: não são as marcas físicas, “digitais” e sociais que ficam, mas as psicológicas, afinal a vida dela e da família nunca mais será a mesma.
O segundo fato recente que me injuriou foi a morte do Gorila no Zoológico, em Ohio- EUA. Retirar o animal de seu habitat natural já é muito cruel, agora querer torná-lo o vilão da história é pior ainda. Não é possível prever as atitudes deste, nosso estudo da parte emocional e racional dos animais ainda está em desenvolvimento. Mas creio eu que o maior problema está na reincidência de ocorrentes de mortes a animais por descuido do homem. Os pais foram descuidados com a criança e  possivelmente  o zoológico poderia ter injetado um sedativo  no animal( ainda que em altas doses). E ao final das contas, quem são os animais que os zoológicos expõe? São animais recolhidos porque já estavam fora de seu habitat, como no caso do comércio ilegal de animais silvestres ou dos que já nasceram em reservas e zoológicos? Não sou contra zoológicos, acho que tem sua importância social e cultural, mas precisamos repensar como temos lidado com os animais.
E por fim, o recente ataque em Orlando. A que ponto chegamos, não é mesmo? Invadir uma boate, com a justificativa de ela atender público LGBT (justificativa de que, aliás?), e matar a queima roupa pessoas aleatoriamente. O que uma vida vale? Faz algum sentido utilizar a religião para retirar a vida de outrem? Creio que ainda é cedo para denominar o ato como terrorista, mas acredito que tenha um gancho nessa ideia. Povos antigos já sacrificavam aqueles que diferiam deles e ofereciam a seus deuses, infelizmente na Idade Média (e até certo tempo atrás ainda) a Igreja fez uma inquisição e matou todos aqueles que julgava impuros, errados, pecadores e por aí vai. Parece que o tempo passa e certas coisas não mudam nunca. 
Concluo com um pensamento e uma citação: Respeito é o essencial para vida, só devemos fazer para o outro, quem quer que ele seja, o que não nos importaríamos se fizessem para nós e ainda acima disso aceitar as diferenças e o espaço pessoal.(Afinal eu posso não gostar de algo que você gosta, por exemplo.)

"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."
Mahatma Gandhi

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/06/1780998-massacre-em-orlando-o-que-se-sabe-ate-agora.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/06/1779353-policia-do-rio-tenta-reconstituir-30-horas-em-estupro-de-garota.shtml



domingo, 5 de junho de 2016

O Show de Truman

A forma com que conheci esse filme é bem peculiar. Estava eu refletindo sobre a atuação de atores típicos da comédia em filmes dramáticos quando decidi procurar alguns trabalhos destes no drama (que por sinal é um dos meus tipos favoritos de filme ). Quando encontrei 'O Show de Truman" admito ter ficado com um pé atrás, será que Jim Carrey se sairia bem em um drama? Mas é então que fui surpreendida, ele não só se sai bem como traz um humor crítico que casa muito bem com o drama.



Lançamento 
Dirigido porPeter Weir
Duração1h43min
GêneroComédia, drama e ficção científica
NacionalidadeEUA



Sinopse
:Truman Burbank (Jim Carrey) é um pacato vendedor de seguros que leva um vida simples com sua esposa Meryl Burbank (Laura Linney). Porém algumas coisas ao seu redor fazem com que ele passe a estranhar sua cidade, seus supostos amigos e até sua mulher. Após conhecer a misteriosa Lauren (Natascha McElhone), ele fica intrigado e acaba descobrindo que toda sua vida foi monitorada por câmeras e transmitida em rede nacional.


Opinião: A história é aparentemente simples e não traz grandes emoções, a não ser em momentos específicos. Truman nasceu em um show de TV e vive como o "protagonista" da história de sua vida que é exibida sem parar. Só tem um pequeno detalhe em tudo isso, ele não sabe de nada.
Imagine que toda a sua vida tenha sido uma grande mentira e que você 
seja apenas um personagem. Desde o conceito de ser humano ao drama de milhares de adolescentes, podemos analisar essa obra de diversas perspectivas. Considerando que somos condicionados muitas vezes pelas situações que nos cercam e coisas que vão além de nosso alcance somos quase tão vigiados quanto Truman.

Mas ainda podemos agradecer por termos livre escolha, do que queremos para nossas vidas, ainda que limitados. E é essa a grande sacada do filme, Truman tecnicamente pode simplesmente sair do estúdio e tudo acaba, mas ele está lá há tanto tempo...  O que ele seria no mundo real? Quem ele seria? Será que nos deixamos presos por medo? Ficam as reflexões.