domingo, 7 de janeiro de 2018

Outros Jeitos de Usar a Boca - Rupi Kaur

Resultado de imagem para outros jeitos de usar a bocaEditora: Planeta
Ano: 2015
Páginas: 204
Idioma: Português 

Sinopse:'outros jeitos de usar a boca' é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia – e que também assina as ilustrações presentes neste volume –, o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.

Opinião: Certo dia em uma conversa aleatória um caro amigo me recomendou a leitura desse livro, dizendo que eu iria gostar, de fato, ele me conhece bem, gostei muito. E não posso perder a oportunidade de passar a minha opinião para frente. Porque Rupi Kaur conseguiu nessa obra juntar diversos sentimentos que assolam nossas delicadas almas e mais ainda, falar sobre assuntos delicados para nós mulheres e transformar em poesia.
O primeiro capítulo se intitula "a dor" e trata sobre as tristezas que preenchem nossos corações ou de quem amamos. A dor de fazer o que querem de você enquanto se fecha, de abusos que por vezes ocorrem na sociedade, do abandono, da objetificação de nossos corpos e da violência. "A ideia de que somos tão capazes de amar mas escolhemos ser tóxicos." É como se recebêssemos vários tapas na cara por ver em palavras tudo o que vemos, sentimos e não somos capazes de expressar.
O segundo se intitula "o amor", abordando desde o amor materno- o mais genuíno, o amor romântico sexual, o amor próprio e a beleza do amor. Sabe, todas alegrias e decepções são postas com seu devido valor. A paixão se transforma em mel e o êxtase em leite, faço aqui uma referência ao nome do livro em inglês -"Milk and honey". "nada mais seguro que o som de você lendo alto para mim - o encontro perfeito" É sobre toda a doçura e sinceridade que há no amar.
"A ruptura" é o terceiro capítulo, que nos fala sobre maturidade e aprendizados. Para crescer é preciso viver, sofrer, e chorar um pouco se preciso for. Fala sobre entender que nem sempre  o amor será como se espera e que você não deve esperar que outra pessoa além de ti mesma te preencha. Mas acima de tudo, nos ensina a não aceitar migalhas, sobre ser inteira, sobre se aceitar e acima de tudo sobre "ser". "Você não deveria precisar ensina-los a te desejar, eles precisam te desejar por conta própria" E quanto Rupi diz aqui desejar não se restrinja em pensar no sentido físico e amoroso, mas sobre as pessoas ao redor em geral, se não desejam sua presença e sua pessoa, não force, quem te ama, te ama e ponto. Não mendigue afeto.
E por fim, "a cura". "não se de o trabalho de agarrar aquilo que não te quer - você não pode obrigar ninguém a ficar" Uma das primeiras poesias desse capítulo é exatamente sobre a liberdade de amar. Trata-se aqui de se amar em primeiro lugar, para assim amar ao próximo com o máximo de leveza que conseguir. Não se preocupe se em algum ponto da jornada se sentir só, isso é sinal de que precisa desesperadamente de si mesma, é a mensagem da autora. Somos seres completos sozinhos e enquanto não nos encontramos, ficamos vagando por entre efemeridades, amores ilusórios e vazios sem fim.  Se aceitar e se encontrar ao natural é o discurso que pode ser chamado de feminista aqui, mas do que isso, é um grito de anos de não aceitação." Aceite-se como você foi projetada". E assim, para falar sobre escrever e amar é que se usa a boca.

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