segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Já foi o Impeachment. E agora?



Ainda no começo do processo de impeachment fiz uma postagem aqui no Blog sobre a opinião da BBC e uma breve crítica ao acontecimento. Hoje, tendo o processo já sido consumado volto para falar sobre algumas questões que julgo relevante. Questões políticas quanto à legalidade ou à moral do processo serão deixadas de lado, não por serem menos importantes, mas por não chegarem a lugar algum e não resolverem o problema que será abordado. Admito que fiquei muito feliz com o interesse do brasileiro por política nos últimos tempos, porém também admito como falta educação política e social em nosso país. Então, vamos deixar todas estas questões para seguir rumo ao espaço estrelado que nos leva a Terra do Nunca.
Acredito que todos conheçam a história e saibam que o capitão Gancho comanda o navio junto aos piratas e amedronta toda a Terra do Nunca. Aqui na nossa metáfora interpretem Gancho como a materialização da corrupção, e não como uma pessoa específica. Enquanto com uma mão aperta outras, assina tratados e recebe o ouro; a outra mão ( que na verdade não existe, pois é um gancho) rasga tudo, pescoços ou cordas quando lhe convém. Os meninos perdidos em sua astúcia aprontam pequenas armadilhas contra o Capitão, inclusive muitos anos antes foram eles que contribuíram para a perda de sua mão. No entanto, não se enganem, as crianças não tem realmente poder ( ao menos, não todo), podem até pensar que o tem; mas o povo está sempre um passo atrás, não é mesmo?
Como bem sabemos o conflito só se resolve quando o Capitão perde o poder e o navio é tomado pelos meninos perdidos. Pois de nada adiantaria retirar o Capitão e deixar o barco nas mãos dos outros marinheiros, afinal o poder não está apenas na mão do Capitão, se os marinheiros ficassem outro se levantaria e tomaria seu lugar, e mesmo se derrubado, outro viria e assim sucessivamente, até que não sobrasse nenhum. A não ser, é claro, que o barco seja tomado.
Lembre-se, essa é apenas uma metáfora bastante simplista do jogo do poder. Pode-se facilmente comparar momentos da história com esse breve comparativo. Veja por exemplo, a Revolução Francesa, pode-se dizer que nesse caso o povo nem podia "pregar armadilhas" afinal sequer vigorava o Estado Democrático. Ainda assim saíram as ruas para lutar pelo Poder, porém, não muito depois foram dominadas por outro ‘Capitão’ (Todos se lembram de Napoleão, certo?) e assim se foi durante muitos anos. Hoje, finalmente  a França pode se dizer um país democrático. Mas como sabemos a luta contra a corrupção, ou contra as infrações aos direitos básicos é constante. E não poderia ser diferente em nosso país.
É por essa razão que a minha principal preocupação é quanto ao futuro do país. Vejo olhares apreensivos por todos os lados, algumas pessoas acreditam que essa será nossa salvação, outras que será nosso fim, mas não, eu vejo que esse será só mais uma fase. Veja bem, se os meninos perdidos tinham Peter Pan, nós temos nossa Constituição, que podemos dizer alegremente nos proporciona vários diretos. Sabemos que entre a teoria e a prática há quilômetros de distância; porém, como cidadã, sei que devo perseverar até chegar ao meu objetivo: um país melhor.
Então, vamos pensar juntos, podemos votar para trocar nossos senadores, deputados e vereadores se quisermos que não sejam aprovadas leis absurdas. Podemos nos manifestar como sociedade, sem ideologias políticas, como foi feito em 2013. Podemos acompanhar os nossos políticos e cobrar deles. Chega de ficar resmungado ao léu ou nos restringindo às informações manipuladas da TV. Não, não sou tão politizada quanto deveria e definitivamente não sou nem um pouco do que queria, mas sinto o dever de tentar. Sem essa de coxinha ou pão com mortadela, que apenas nos afastam do real problema, esse texto está muito mais para um Petit Gâteau com cocada, já vamos aproveitar e servir comida pra todos os gostos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário