sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Up - Altas Aventuras

Esse filme é tão amorzinho que eu poderia assistir uma, duas, três, quantas vezes fosse ao infinito e além! Ainda no clima do mês das crianças vamos falar sobre um filme infantil indicado para todas as idades. O mais gostoso de Up é como vemos a história sendo contruída, da infância à velhice. Mas vamos com calma, falaremos sobre isso mais adiante.

Data de lançamento: 4 de setembro de 2009
Duração: 1h 35min 
Gênero: Animação, Família
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Carl Fredricksen (Edward Asner) é um vendedor de balões que, aos 78 anos, está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. O terreno onde a casa fica localizada interessa a um empresário, que deseja construir no local um edifício. Após um incidente em que acerta um homem com sua bengala, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado em um asilo. Para evitar que isto aconteça, ele enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. O objetivo de Carl é viajar para uma floresta na América do Sul, um local onde ele e Ellie sempre desejaram morar. Só que, após o início da aventura, ele descobre que seu pior pesadelo embarcou junto: Russell (Jordan Nagai), um menino de 8 anos.

Opinião: A história dos dez primeiros minutos de filme conta sobre um lindo amor entre um casal, Elle e Carl. Ela uma menina tagarela, ele um menino tímido, ambos sonhadores. Eles se conhecem acidentalmente na infância e começam uma bela amizade a partir do sonho de seres exploradores. Inspirados pelo grande explorador Carles Muntz, sonham em visitar o Paraíso das Cachoeiras e viverem grandes aventuras. Já adultos casam-se e constroem uma bela vida juntos, sempre na tentativa de juntar dinheiro para suas viagens. Porém, com os imprevistos da vida, acabam nunca conseguindo realizar esse desejo. Quando já idosa Elle se vai, Carl passa a se sentir cada vez mais sozinho e perturbado com a ideia de nunca ter realizado o sonho de sua amada. É então que ele conhece um pequeno explorador da natureza, Russel. O sonho do pequeno é ganhar a medalha que lhe falta: ajudar um idoso, para participar da cerimônia de premiação na qual se tornaria um "Grande Explorador". Na tentativa de ajudar o menino Carl pede-o para este capturar um animal que cercava sua casa. Ao mesmo tempo um empresário tenta comprar a casa para construir seus prédios no lugar. Estando para ser transferido a um asilo, nosso caro senhor tem uma ideia, viajar com a sua casa elevada por balões. 
É nesse universo lúdico que Carl e o pequeno Russel chegam ao Paraíso das Cachoeiras, aonde vão encontrar o feroz explorador Muntz (o qual teve seu nome desacreditado por não apresentar o pássaro das cachoeiras vivo), seus cães falantes e o pássaro raro pelo qual Muntz tenta capturar. A reviravolta na história junto à delicadeza com a questão sentimental dos personagens, Russel e seus problemas familiares e Carl lidando com a morte de Elle, são o melhor da obra. Não tenho dúvidas ao dizer que Up é uma das melhores animações da Pixar dos últimos anos.
Carl e Russel são personagens que se completam. Carl que nunca teve filhos e Russel tem o pai sempre ausente. O humor e o drama dos personagens se completam melhor do que queijo com goiabada. É fascinante poder encontrar uma perfeita fusão da vida em uma animação "infantil" de menos de 100 minutos. Fora o quesito da imagem, as cores, o desenho e o recorte das cenas todos perfeitamente produzidos. Up é daqueles filmes que não se tem o que se falar mal, recomendado para todos e eternizado em nossas memórias.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Sobre crescer: Depende!



Os pezinhos balançam no ar
Tic Tac, Tic Tac, as horas a correr
A cabeça está a imaginar
Um desculpa pra uma brincadeira
Qualquer que seja, qualquer bobeira
Quer dançar, quer sonhar, quer...

Ah, será que ser adulto é tão bom?
- Já lhe respondo: depende-
Hm... Vai demorar muito para eu crescer?
- Mais uma vez: depende-
Como eu vou saber que cresci?
- Bem, ainda assim, depende-

Ser criança é ter todo um futuro pela frente
É poder sonhar e se alegrar com um bombom
Ah, mas gente grande ou pequena tem de aprender
Viver é viver, a felicidade está nas coisas pequenas
Sinto cada dia mais saudade depois que cresci
Aquela menina vive e viverá, apenas diferente

Porque tudo simplesmente depende?
Ah, meu caro leitor, isso não sei eu
Só sei que não sei, que a criança é
O puro ser cheio de expectativas
Mas enquanto crescemos sabemos
Que viver é isso, ser criança e ser crescido

Giovana de Carvalho Florencio

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Resenha "A Bolsa Amarela"

É mês das crianças! E nossas programações estão recheadas da doçura e das lembranças de infância. Agora, te pergunto: Como falar desse livro que simplesmente mudou a minha vida? Dê a uma criança de 11 anos um bom livro e um pouco de esperança e verá o nascimento de um escritor. Além de uma grande inspiração para minha vida pessoal, "A Bolsa Amarela” foi o ponta pé inicial para minha trajetória literária. Então vamos falar um pouco dessa belezura.


Editora: Casa Lygia Bojunga
Ano: 2008
Páginas: 140
Sinopse: A BOLSA AMARELA é a história de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela ) - a vontade de ser gente grande, a de ter nascido menino e a de se tornar escritora. A partir dessa revelação - por si mesma uma contestação à estrutura familiar tradicional em cujo meio "criança não tem vontade" - essa menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias. Ao mesmo tempo que se sucedem episódios reais e fantásticos, uma aventura espiritual se processa, e a menina segue rumo à sua afirmação como pessoa.

A BOLSA AMARELA foi traduzido em vários idiomas e encenado em teatros do Brasil, da Bélgica e da Suécia; recebeu o prêmio "O MELHOR PARA A CRIANÇA", da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; foi incluído na LISTA DE HONRA do IBBY (International Board on Books for Young People) e fez parte integrante da obra de Lygia que recebeu o prêmio HANS CHRISTIAN ANDERSEN e o prêmio ALMA (ASTRID LINDGREN MEMORIAL AWARD).

Sobre o livro: A imaginação da criança é a peça central da obra. Tendo ganhado de "presente"- o que na verdade era as sobras das coisas usadas da sua tia- uma grande bolsa amarela, a sonhadora Raquel guarda seus bens mais preciosos: suas vontades e um alfinete que achou na rua. Com o tempo, a turma da bolsa amarela vai crescendo e recebe um galo que não queria ser rei, outro galo muito briguento e uma guarda-chuva ( é isso mesmo, ela era menina)  que não abria nem lembrava sua história. 
Com a sutileza do olhar de uma criança, Lygia Bojunga problematiza a igualdade de genero, os direitos da criança e os sonhos, no caso, o da escrita. Primeiro, abordarei sobre o desejo de Raquel de crescer. A pequena é filha temporona, possuindo três irmãos, duas mulheres e um homem. A diferença de idade entre os irmãos é outro fator que não ajuda, enquanto Raquel está por entrar na adolescência, todos os outros já são adultos. Oras, é compreensível a pequena se sentir tão excluída de tudo, afinal, ela sempre era a criança na história. 
Depois, o segundo desejo de Raquel era de ser menino. Até ler esse livro acho que realmente nunca tinha conseguido expressar minha revolta quando ouvia coisas do tipo: Isso é coisa pra menino, rosa é cor de menina ou qualquer atitude que a nossa sociedade tenha estigmatizado referente às distinções entre gênero. Mas veja bem, Raquel não era feminista nem nada. Era só uma menina indignada com as ironias da sociedade, dentro de sua própria casa, em que seu irmão sempre podia mais. Alto lá, está dizendo que isso é regra geral? Não me interpretem mal, não foi isso que quis dizer. Até porque, anos atrás quando a obra foi escrita, o movimento feminista nem estava tão em voga assim (corrijam-me se eu estiver errada), além disso, é um livro infantil. Ou seja, são apenas as constatações de uma menina sobre a realidade.
'- Tá vendo? Falaram que tanta coisa era coisa só pra garoto, que eu acabei até pensando que o jeito era nascer garoto." BOJUNGA, Lygia.
E por último, o encantador desejo de ser escritora. Ah, esse foi o que mexeu mais comigo. Desde minha mais tenra idade gostei de inventar histórias, passei a escrever poesias aos meus 8 anos, mas admito: era um desastre. Não que hoje eu seja grande coisa. Mas voltando ao livro, Raquel queria e gostava de escrever, apenas era mal compreendida. Não tinha amigos, ninguém para ler o que escrevia e sua família só sabia tirar sarro de suas histórias. Porém, ela foi forte, não se deixou abater, o desejo de escrever falou mais alto e sua bolsa amarela seria o gancho para seus primeiros contos. Advinha só quem se animou e sentou para escrever as várias histórias que tinha na cabeça? Depois de 7 anos ainda acho que sou bem mais ou menos, mas como já dizia minha querida Raquel: "Paciência".
Com essa doçura no olhar de uma criança, repleto de fantasias e sonhos, Raquel nos traz a magia da infância e uma lição para a vida adulta. Não importa quantos anos temos, o que querem que sejamos ou o que nos impõe, é preciso ser o que somos. É isso ou carregar uma bolsa repleta de histórias e pesando como chumbo. É, eu prefiro viver cada dia de uma vez como sou do que fingir ser o que não sou. É por isso que recomendo aos altos e baixos, novos e velhos, homens e mulheres, que leiam "A Bolsa Amarela".
" Acabei até mudando de idéia: resolvi que se eu queria escrever qualquer coisa eu devia escrever e pronto. Carta, romancinho, telegrama, o que me dava na cabeça. Queriam rir de mim? Paciência. Melhor rirem de mim do que carregar aquele peso dentro da bolsa amarela." BOJUNGA, Lygia. 

domingo, 2 de outubro de 2016

Teoria dos Buracos Negros


Resultado de imagem para buraco negro foto "Já fazia algum tempo que nada mais fazia algum sentido. Trocadilho engraçado esse de “fazia”, né? Não muito, eu sei, nunca fui boa em comédia. Mas a questão era bem essa, o tempo passava e cada vez menos Melissa se encontrava. Aos poucos foi perdendo a vontade de tudo e de todos. Porque dançar na chuva se ela se molharia? Porque rir sem motivo se isso seria tolice? Porque? Porque?
Os porquês sempre vinham, mas nunca com respostas. Afinal, quem é que responderia a suas perguntas, ou melhor sua ausência de perguntas. Não havia o que perguntar, porque ela não queria mais pensar. Pensar dói às vezes, não é mesmo? Pois é, não há muito o que fazer quanto a isso. Mas pensar pode ser muito bom também, é nos momentos de mais profundos pensamentos que temos nossas grandes iluminações.
Mas deixando a parte minha filosofia de botequim, voltemos à história. Ela sentia tudo se esvaindo, alegria, animo razões e até o amor. Não havia quase nada mais nesse buraco que era o coração. Um vazio imenso e insondável, que nem ela conseguia entender. Depois que ela entrara nesse buraco negro era como se nada mais importasse, estava perdida dentro de si.
Chegava à escola, voltava, fazia suas obrigações, deixando as suas paixões e antigas alegrias de lado, já era doloroso e moroso demais fazer o que era preciso, quem diria o resto. Cada dia era uma luta constante contra si mesma. Olhava para o espelho e mal sabia quem era. Havia momentos em que só queria ser viver, mas outros... Bem, digamos que por vezes a morte lhe era bastante convidativa.
As pessoas ao seu redor percebiam que algo estava diferente, porém, não devia ser nada de mais, pensavam elas.  Ou ainda, o que fazer?- os que sabiam o que se passava. É sempre complicado lidar com a dor dos outros, afinal lidar com a nossa já é complexo, agora com a de quem se ama... Uma amálgama- vulgo mistura- de preocupações ia se formando: Até onde aquilo ia levar? Iria passar? O que fazer? Como ajudar?
Seus pais se preocupavam é claro, mas como pais pensavam- queriam acreditar- que era só adolescência. Até porque, pais sempre querem pensar o melhor, não é mesmo? E sim, ela fazia o possível para esconder.
E foi isso mesmo que ela começou a fazer, se esconder de si mesma. Ferindo a si mesma, bebendo, se isolando em uma bolha, aonde nada e ninguém poderia lhe atingir. Mas ela sabia que isso era ilusão. E sabe o que doía mais? O fato dela não saber mais o que fazer.
Foi então que naquele dia ela recebeu aquele texto para ler. Parece bobeira pensar que algo que lemos pode nos atingir tanto, mas algumas vezes atinge. Ela sentou em sua cama e chorou baixinho. Queria quebrar as paredes e barreiras que formara dentro de si, mas por onde começar?
Quando já estava de alma quase lavada teve uma brilhante ideia. Escreveu em um papel tudo aquilo que mais lhe afligia, desde bem pequena até então. Descontou suas dores e raivas naquele papel. Depois amassou bem e jogou na privada, esse era o lugar delas, no esgoto.
Sentou em sua cama e pensou “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Bem, não sabia bem como isso funcionava, seria literalmente? Então apenas desejou que isso acontecesse. Começava então a ver a luz.
Sabe, Alice caiu na Toca do Coelho escura e que parecia sem fim, mas foi assim que chegou ao País das Maravilhas. E bem, lembrando um pouco de física, o buraco negro engole tudo que vê, mas então nos leva para outra dimensão. Isto é, de acordo a teoria de nosso querido Hawking, o buraco negro pode ser uma passagem para outro universo. Pois é, talvez buracos negros tenham sua necessidade.
Talvez, na verdade, com certeza, Melissa tem sua necessidade. E ela sabe disso, sabe que a alegria virá no amanhã e que ela não deve se abater. Se ela se abstiver de suas pequenas alegrias, de sua dança, de seu jeito alegre de ser ela se perderá. E por mais que altos e baixos venham, ela sabe como é linda por dentro e por fora. E foi assim que uma estrela renasceu."
Giovana de Carvalho Florencio


O "Setembro Amarelo" já findou, mas a prevenção contra o suicídio precisa continuar o ano todo. É importante lembrar que a depressão está entre as principais causas deste. Pensado nisso escrevi esse conto contendo alguns sintomas bem claros dessa doença. Portanto, se você tem passado por alguma situação do tipo ou conhece alguém que passa, busque ajuda. Não tente enfrentar tudo sozinho. Assim como Melissa conseguiu, outras pessoas podem conseguir superar esse desafio que aflinge a tantas pessoas. A depressão é aquela doença que vai matando por dentro até que não sobra mais nada- ou como no conto, sobra apenas um buraco negro. Mas saiba, é possível superá-la, por isso é tão importante contar com a ajuda de um profissional da área e também de amigos e familiares. É válido lembrar que não apenas a depressão pode levar ao suicídio, mas outros problemas de ordem familiar, profissional e psicológica em geral. Para quem lida com alguém muito querido passando por isso, é de extrema importância saber ouvir e não julgar. Tudo que quem está passando por essa situação precisa é se sentir amado e compreendido. Se você está passando por algo do tipo. lembre-se: Você não está sozinho! Espero sinceramente que esse texto possa ajudar alguém!

Vídeo de um curta muito interessante sobre o tema: 
https://www.youtube.com/watch?v=3AYBeLj2o1M

Links interessantes:
http://oficinadepsicologia.com/depressao/suicidio
http://www.setembroamarelo.org.br/

Se precisar de ajuda, conte com o apoio da CVV( Criadora do Setembro Amarelo):
Ligue 141 ou acesse www.cvv.org.br

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Crítica Ben-Hur

Ben-Hur já era um daqueles filmes clássicos que estava na minha lista. Então, quando assisti o trailer da regravação definitivamente quis ir ao cinema. Pra começo de conversa, um filme que tem corrida de bigas já chama minha atenção, depois pela trama intrigante. Falaremos disso mais a frente.


Data de lançamento: 18 de agosto de 2016
Direção: 

Duração: 2h 04min 
Gênero: Ação, Épica, Aventura
Nacionalidade: EUA


Sinopse: 

Não recomendado para menores de 14 anos
O nobre Judah Ben Hur (Jack Huston), contemporâneo de Jesus Cristo (Rodrigo Santoro), é injustamente acusado de traição e condenado à escravidão. Ele sobrevive ao tempo de servidão e descobre que foi enganado por seu próprio irmão, Messala (Toby Kebbell), partindo, então, em busca de vingança.
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Opinião: A meu ver o mais legal desse filme é como ele é recheado de surpresas. Isto é, pra quem não assistiu a versão de 1959. Aqui no caso não faremos uma comparação entre as obras, porque essa não é a intenção, vamos apenas analisar essa versão de 2016. E partindo desse pressuposto, devo citar a bela fotografia que o filme trás. O figurino também chama a atenção, considerando que a história se passa no primeiro século depois de cristo. Ou seja, lidamos com romanos e seus elmos, os judeus e povos nômades com roupas bem específicas da época. De modo geral, a parte técnica do filme foi boa, no entanto, seria melhor se não tivesse falhado nos últimos 3 minutos do longa, mas foi um erro tão bobo que deixarei você assistir para encontrar.
Por outro lado, quanto à atuação, gostei da maioria. Morgan Freeman (Sheik Ilderim) está brilhante como sempre, não seria diferente. Rodrigo Santoro impressiona a todos transferindo credibilidade ao personagem e sendo um dos melhores "Jesus" que eu me lembro do cinema. Jack Huston (Bem-Hur) desenvolveu um personagem interessante e de modo geral representou muito bem o seu papel. Se tem alguém que me incomodou nisso tudo foi Toby Kebbell (Messala), talvez fosse um personagem que exigisse mais em si mesmo, mas penso que o ator poderia ter sido mais expressivo durante o longa. Se formos levar em contar os primeiros 100 minutos do filme e as expressões de Messalla, diremos que ele mal tem sentimentos.
Agora vamos deixar um pouco a tecnicidade dessa versão de lado e tratar do enredo imortal. Pra quem não sabe a obra é inspirada em um livro do fim do século XIX já retratado várias vezes no cinema e no teatro. A mensagem da obra é de paz e fraternidade. Algo que vem muito a calhar nos dias de hoje com tantas guerras e facções se disseminando pelo mundo. Em época de terrorismo, Estado-Islâmico, a guerra sem fim da Palestina e Israel, os países europeus que não acolhem ou não sabem como acolher mais imigrantes... Enfim, em dias assim é preciso uma mensagem de paz.

Ben-Hur e Messala são irmãos de criação. Um dia, Messala, que era apaixonado pela irmã de criação e era descendente direto de um dos traidores de Júlio César, se sente rejeitado por todos. Dessa forma ele decide se juntar ao Exército Romano buscando prestígio entre Romanos e superioridade entre Judeus. Graças a uma oportunidade dada por Pôncio Pilatos, Messala se torna General e adquire grande poder entre seu povo. Ao retornar a Jerusalém, ele está mais embrutecido do que nunca e ainda guarda ressentimento da família de criação, pois se sentia preterido. Quando se reencontram nem tudo corre as mil maravilhas e devido a um deslize essa família que o criou cai em desgraça. Messala poderia escolher puni-los ou não, mas ele os pune. E é a aí que se desenrola todo o sofrimento da obra.
Ben-Hur passa anos como escravo em um navio em consequência disso tudo. Quando por um acidente ele consegue se libertar encontra um nômade (Morgan Freman) que o ajuda a voltar a Jerusalém e preparar sua vingança. De volta a sua terra, ele descobre que sua mãe e irmã foram mortas, mas sua esposa conseguira fugir e estava acompanhando um novo profeta (Jesus). Para tentar se vingar de Messala ele com a ajuda do nômade vai competir uma corrida de bigas contra o irmão em troca do perdão de Roma e liberdade. Essa briga estava certamente fadada ao fim de um dos dois...

O fim da história se desenrola como num conto e ficará a critério seu descobrir. A meu ver o melhor foi o posicionamento de Jesus nisso tudo, que é tido como um personagem histórico e símbolo de esperança. Não é preciso ser de nenhuma religião para se encantar com a obra. O final é claro que vai de encontro com a mensagem que o autor queria passar. Mas vendo mais poeticamente, sem ser tão literal, podemos dizer que o perdão é o que nos salva todo santo dia.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Já foi o Impeachment. E agora?



Ainda no começo do processo de impeachment fiz uma postagem aqui no Blog sobre a opinião da BBC e uma breve crítica ao acontecimento. Hoje, tendo o processo já sido consumado volto para falar sobre algumas questões que julgo relevante. Questões políticas quanto à legalidade ou à moral do processo serão deixadas de lado, não por serem menos importantes, mas por não chegarem a lugar algum e não resolverem o problema que será abordado. Admito que fiquei muito feliz com o interesse do brasileiro por política nos últimos tempos, porém também admito como falta educação política e social em nosso país. Então, vamos deixar todas estas questões para seguir rumo ao espaço estrelado que nos leva a Terra do Nunca.
Acredito que todos conheçam a história e saibam que o capitão Gancho comanda o navio junto aos piratas e amedronta toda a Terra do Nunca. Aqui na nossa metáfora interpretem Gancho como a materialização da corrupção, e não como uma pessoa específica. Enquanto com uma mão aperta outras, assina tratados e recebe o ouro; a outra mão ( que na verdade não existe, pois é um gancho) rasga tudo, pescoços ou cordas quando lhe convém. Os meninos perdidos em sua astúcia aprontam pequenas armadilhas contra o Capitão, inclusive muitos anos antes foram eles que contribuíram para a perda de sua mão. No entanto, não se enganem, as crianças não tem realmente poder ( ao menos, não todo), podem até pensar que o tem; mas o povo está sempre um passo atrás, não é mesmo?
Como bem sabemos o conflito só se resolve quando o Capitão perde o poder e o navio é tomado pelos meninos perdidos. Pois de nada adiantaria retirar o Capitão e deixar o barco nas mãos dos outros marinheiros, afinal o poder não está apenas na mão do Capitão, se os marinheiros ficassem outro se levantaria e tomaria seu lugar, e mesmo se derrubado, outro viria e assim sucessivamente, até que não sobrasse nenhum. A não ser, é claro, que o barco seja tomado.
Lembre-se, essa é apenas uma metáfora bastante simplista do jogo do poder. Pode-se facilmente comparar momentos da história com esse breve comparativo. Veja por exemplo, a Revolução Francesa, pode-se dizer que nesse caso o povo nem podia "pregar armadilhas" afinal sequer vigorava o Estado Democrático. Ainda assim saíram as ruas para lutar pelo Poder, porém, não muito depois foram dominadas por outro ‘Capitão’ (Todos se lembram de Napoleão, certo?) e assim se foi durante muitos anos. Hoje, finalmente  a França pode se dizer um país democrático. Mas como sabemos a luta contra a corrupção, ou contra as infrações aos direitos básicos é constante. E não poderia ser diferente em nosso país.
É por essa razão que a minha principal preocupação é quanto ao futuro do país. Vejo olhares apreensivos por todos os lados, algumas pessoas acreditam que essa será nossa salvação, outras que será nosso fim, mas não, eu vejo que esse será só mais uma fase. Veja bem, se os meninos perdidos tinham Peter Pan, nós temos nossa Constituição, que podemos dizer alegremente nos proporciona vários diretos. Sabemos que entre a teoria e a prática há quilômetros de distância; porém, como cidadã, sei que devo perseverar até chegar ao meu objetivo: um país melhor.
Então, vamos pensar juntos, podemos votar para trocar nossos senadores, deputados e vereadores se quisermos que não sejam aprovadas leis absurdas. Podemos nos manifestar como sociedade, sem ideologias políticas, como foi feito em 2013. Podemos acompanhar os nossos políticos e cobrar deles. Chega de ficar resmungado ao léu ou nos restringindo às informações manipuladas da TV. Não, não sou tão politizada quanto deveria e definitivamente não sou nem um pouco do que queria, mas sinto o dever de tentar. Sem essa de coxinha ou pão com mortadela, que apenas nos afastam do real problema, esse texto está muito mais para um Petit Gâteau com cocada, já vamos aproveitar e servir comida pra todos os gostos.

domingo, 4 de setembro de 2016

Resenha - Extraordinário

Extraordinário
Extraordinário é aquele tipo de livro que já foi criado para ser um clássico. Quando conheci a história desejei ler e fiquei muito satisfeita com a leitura. Portanto venho compartilhar com vocês minha imensa satisfação.

Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 320
Sinopse: O livro conta a história de Auggie, um menino que nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial. Em um manifesto em favor da gentileza, ele enfrenta uma missão nada fácil quando começa a frequentar a escola pela primeira vez: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

Sobre o livro: Sabe aquele livro que é fofo do começo ao fim? Então, esse é extraordinário. Com a diagramação muito bem feita e uma divisão de capítulos bastante interessante, a obra atrai o leitor como um retrato da realidade de grande sensibilidade. Os capítulos possuem diferentes narradores, apesar de Auggie ser o grande protagonista. O gostoso do livro foi a linguagem, que era compatível com os narradores, em Auggie encontrei a inocência e o vocabulário infantil, enquanto em sua irmã Via, achei a adolescente amadurecendo. 
Boa parte da história gira em torno de Auggie, afinal esse personagem fisicamente incomum chama a atenção de todos ao seu redor. No início, sua entrada na escola parece um desafio instransponível, como poderia a sociedade preconceituosa tal como é aceitar um menino que estampa a diferença na cara? Literalmente. Porque nós, muitas vezes, podemos mascarar nossas diferenças e fingir que está tudo bem. Mas como no dia do Halloween em que o menino utiliza máscara, seu rosto apenas fica coberto por um tempo, porque o que ele é está ali atrás e não vai mudar, quer queira ou não.
Mas não pense que esse menino é um coitado, não é mesmo. Ele é um garoto como qualquer outro tentando ser aceito nessa nossa sociedade seletiva. E apesar das quedas ele sempre se levanta, para nos dar uma grande mensagem: devemos nos aceitar como somos. Afinal, como nosso protagonista fala: todos nós vencemos o mundo. Se você ainda não leu, não perca a oportunidade de sentir a doçura de a infância nos dar uma lição de vida.

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