
Então me dei conta de que nunca contei a história de como entrei no mundo da literatura. Para começo de conversa quero deixar claro que não sou nenhuma expert em literatura e nenhum Machado de Assis. Apenas, como boa brasileira que sou, gosto de ler e busco entrar nesse mundo literário, e não desisto nunca. Desde meus dez aninhos de idade quando peguei-me emprestando um livro extra da biblioteca e folheando os livros das turmas mais avançadas que soube como aquilo me despertava um estranho prazer.
Peguei-me mais uma vez com meu caderninho de poesia divagando na troca de aulas. A alegria sentida ao ler Pedro Bandeira, Moacyr Scliar e Lygia Bojunga se tornava foco de minha curiosidade e prazer. Como dizia Lispector "Não era uma menina com seu livro, era uma mulher com seu amante". O amor pelos livros preencheu minha vida, tudo que eu queria era ler e tentar entender mais o mundo e a mim mesma. Com Augusto Cury descobri o auto-conhecimento; com Jeff Kinney ('O Diário de um Banana'), a dar risada da vida; com Rick Riordan, história e mitologia; e com Dom Quixote e Pollyanna, a nunca esquecer a alegria de ser criança.
Perdi meu sapatinho na escada dos sonhos, mas os livros cheios de esperança me vieram devolvê-lo. Mordi a maçã envenenada da raiva e dor, porém, os livros me deram beijos verdadeiros de amor. Quando menos se espera lições vem a calhar, de pessoas que um dia viveram algo semelhante, que foram também seres errantes. Mesmo quando tudo parece desconexo, a fé na humanidade e a sensibilidade da leitura nos ajuda a ter empatia e continuar o caminhar. Talvez vá me esquecer do nome dos personagens e de detalhes da história de muitos livros, mas a semente que plantaram sempre estará lá.
Para bem ou para mal, a leitura é uma pintura em palavras, abordando Contos de Fadas e da vida amarguras. Quando a tristeza for tudo o que sobrar, quando Policarpo Quaresma for fuzilado, sobrará vermes para roerem sua fria carne e histórias para contar ao pé de seu epitáfio. Quando as noites na taverna forem tão embriagantes que mais nada pareça lúcido, fique calmo, chegará A Hora da Estrela... E no fim das contas, muito amor e esperança.
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