sábado, 2 de julho de 2016

Anatomia da alma

Meus pulmões estão cheios de esperança
Inspiro medo, expiro vontade
Meu coração pulsa segredos
Sístole, diástole, o sangue corre 
Pelas minhas veias os sonhos

Meu nariz cheira desconfiança
Olhos feitos de vidro contra falsidade
Ouvidos de aço contra sonhos ledos
Ouço o grito de cada neurônio que morre
E minha boca mastiga mais sonhos

Meu pescoço torce, destronca, quebra
Há pavor em minhas entranhas
Meu estômago digere toda uma era
Enquanto meus pés pisam em causa ganha
Mas minha alma, essa apenas e só sonha

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