domingo, 24 de julho de 2016

Menos preconceito, mais tolerância

"O primeiro homem que cercou um pedaço de terra e disse que era sua propriedade e encontrou pessoas que acreditaram nele foi o fundador da sociedade civil. Daí vieram muitos crimes, muitas guerras, horrores e assassinatos que poderiam ter sido evitados se alguém tivesse arrancado as cercas e alertado para que ninguém aceitasse este impostor. Não podemos esquecer que os frutos da terra pertencem a todos nós e a terra a ninguém" Sem conhecer a autoria do texto, pode-se facilmente ler e acreditar que Marx ou algum revolucionário (lê-se esquerdista) o escreveu, não é mesmo? Ledo engano, esse trecho pertence a Rousseau, grande teórico da democracia. 
Poderia eu parodiá-lo e dizer que "O primeiro homem que cercou um punhado de ideias e disse que eram certas e encontrou pessoas que acreditaram nele - e outras que discordaram- foi o fundador do preconceito." Parece estranho, não é mesmo? Que nossa sociedade tão democrática ( será?) visualize pensamentos de crítica às estruturas sociais ou à mentalidade formal das pessoas como esquerdista ou qualquer coisa do gênero. 
Mas não, não estou aqui para discutir direita e esquerda. Longe de mim querer escolher entre um dos lados, afinal, isso seria me contradizer. Quando tento não polarizar a sociedade estou fazendo uma crítica ao preconceito; a toda espécie de preconceito. Não serei hipócrita, é claro, para dizer que não os tenho, todos temos, infelizmente.
O primeiro preconceito que perpetua milênios, isso mesmo, milênios: Povos sempre tiveram preconceitos entre si. Ser hostil com o diferente parece intrínseco ao ser humano, seria um mecanismo de defesa? Deixo essa pergunta para a psicologia. Mas fato é que o ser humano é preconceituoso contra as etnias diferentes da sua, e só pela educação e conhecimento é que superamos isso. Sem estigmatizar um preconceito de brancos versus negro, mas no sentido geral, de todos contra todos. Ou vai me dizer que não existe preconceito contra asiático, europeu ( talvez no ocidente não tanto, porque aqui eles são referência, mas nem todo mundo gosta da Europa), árabes, indígenas e até contra os brasileiros. (Sim, nem todo mundo nos ama!). Sempre que penso nesse tipo de preconceito, vejo como somos mais animais do que racionais...
Outro tipo de preconceito bastante antigo é contra o físico, mas não por questões étnicas, como a cor da pele, mas contra o modelo físico. Em épocas, ser gordo era bem visto, em outras, magro; em épocas nariz grande era bem visto, em outras, não... A cada dia mais vemos como esse tipo de preconceito se fragmenta, porque são tantas opiniões divergentes que é difícil ele se consolidar.(Ufa! Que bom!)  Ou vai me dizer que nunca olhou para alguém com o olho meio torto e deu uma risada interna? Mas tudo bem, o quesito de beleza faz parte da atração humana. Só tento não deixar que os estereótipos quanto à aparência sejam levados as últimas consequências ou me impeçam de conhecer as pessoas.
Falando de estereótipos chegamos a outro preconceito milenar. ( É impressão minha, ou o ser humano desenvolveu preconceito antes mesmo de descobrir o fogo?) A religião vem criando embates desde... Desde quando? Desde sempre, eu acho. Se parar para pensar ninguém tem a mesma fé, as pessoas podem até seguir os mesmos dogmas, seres superiores, e bases de origem, mas todas pensam diferente. Ninguém conceitua sua fé do mesmo jeito, o que é completamente natural, talvez seja porque  não somos máquinas! (pelo menos, não ainda). Pensando deste modo, ter preconceito contra a crença dos outros parece absurdo, mas é real.  Quer provas do que eu digo? Pergunte a duas pessoas da mesma fé para conceituarem Deus, em suas próprias palavras. Elas dirão a mesma coisa, certo? Errado, provavelmente eles descreverão de forma bem diferente, ainda que com palavras similares, por causa do seu livro religioso e orientadores (padre, pastor, sacerdote...), se este for o mesmo. Mas deixemos esse assunto por aqui, porque isso de fato é algo para se endoidecer. Fiquemos apenas coma  ideia de que é preciso conhecer as diversas religiões e entender que assim como você não gosta de ter sua crença ofendida, os outros também não gostam. Poderia me delongar durante dias falando sobre esse tema mais vou me conter aqui. Concluirei a mensagem de forma genérica: Deixar que alguém te imponha certa ideia e diga que ela é certa ou melhor do que a do outros é ignorância e falta de bom senso. É interessante pensar que Hitler era só um homem com preconceitos, em quem as pessoas acreditaram, com poder. Quem cada um de nós seria se tivesse poder? Um Calígula? Ou um Nelson Mandela? Sem mais vitimização, sem mais preconceito e com  mais tolerância.
Giovana de Carvalho Florencio 
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