quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Na Natureza Selvagem

Uma das melhores indicações de filme que já recebi, ainda mais vinda de uma grande amiga. Faz-nos repensar nossos valores e o quão superficial a sociedade pode ser. Afinal, o que leva a uma pessoa, de classe média alta- que fique claro, a largar tudo para viver na natureza e da natureza?  A aventura real de Christopher McCandless (ou Alexander Supertramp  como ele gostava de se chamar) toma corpo em um filme arrebatador e com uma reflexão profunda sobre a vida e a felicidade.



Data de lançamento: 14 de março de 2008 
Direção: Sean Penn
Duração: 2h 27min
 Gênero: Aventura, Drama
Nacionalidade: EUA

Na Natureza Selvagem : poster


Sinopse: Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após dois anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca.

Opinião: O filme é um pacote completo de alta qualidade: cenários curiosos que nos transportam para dentro da história, uma trilha sonora muito agradável, um excelente ator(protagonista), uma fotografia atrativa e uma direção intrigante. Boa parte do interesse gerado pelo espectador em relação ao filme é devido às intercalações de cenas, flashbacks e narrações tanto de Alex (perdoem-me pela intimidade, mas é como vou chamá-lo) quanto de sua irmã. Essa por sua vez funciona também como uma válvula de escape para o espectador, já que parece tão curiosa e confusa quanto nós, mas conhece seu irmão bem o bastante para achar razão em seus atos.
No decorrer do longa, vemos alguns fatos da vida pessoal do protagonista que dão significado as suas atitudes. Criado em uma família de classe média alta, fruto de um casamento falido e de uma criação suprida mais por bens materiais do que por carinho, o jovem tem raiva das imposições sociais. E é repleto desse sentimento de inadequação com o mundo e sede por aventura que ele larga tudo após sua formatura e se liberta do fardo que é corresponder as expectativas da sociedade.
Durante sua caminhada como andarilho pelo interior dos Estados Unidos, Alex envia algumas cartas a sua irmã contando sobre sua nova vida e registra algumas experiências em contracapas de livros. Falando de livros, o jovem era amante das leituras e se baseia nelas para seu novo estilo de vida.
Entre amigos hippies, trabalho no campo quando necessário, caçadas e dias solitários, Alex demonstra sua raiva contra a superficialidade do mundo moderno, e não necessariamente contra as pessoas ou coisas propriamente ditas. Como é retratado em um momento no filme, ele tinha planos de voltar e contar suas experiências para essa "sociedade doente". E assim será até o seu "capítulo final": a conquista da sabedoria, que a meu ver seria a descoberta do amor. 
Como uma divisão de livro, a vida de Alex Supertramp na natureza começa no capítulo da liberdade, maturidade até seu triste adeus.  Um Henry Thoreau¹ moderno? Talvez. Recém-formado em história e antropologia, Alex largou tudo para correr atrás da sua plenitude. Alguns podem chamá-lo de fútil, egoísta e imaturo, mas ninguém pode negar que o garoto pôs em prática tudo o que muitas vezes desejamos, mas não fazemos (seguir nossa consciência). Maluco? Um pouco. Porém, um pouco de loucura e coragem não é necessário para fazer as coisas acontecerem?


*Christopher Johnson McCandless (Alex Supertramp) (El Segundo12 de fevereiro de 1968 — Stampede Trail18 de agosto de 1992) foi um viajante americano que morreu perto do Parque Nacional Denali depois de caminhar sozinho na selva alasquiana com pouca comida e equipamento. O jornalista Jon Krakauer escreveu um livro sobre a sua vida, Into the Wild, publicado em 1996, que foi adaptado em filme, em 2007, dirigido por Sean PennInto the Wild, com Emile Hirsch como Christopher McCandless.
¹Henry David Thoreau (Concord12 de julho de 1817 — Concord, 6 de maio de 1862) foi um autor estadunidensepoetanaturalista, ativista anti-impostos, crítico da ideia de desenvolvimentopesquisadorhistoriadorfilósofo e transcendentalista. Ele é mais conhecido por seu livro Walden, uma reflexão sobre a vida simples cercada pela natureza, e por seu ensaio Desobediência Civil uma defesa da desobediência civil individual como forma de oposição legítima frente a um estado injusto



“Happiness is only real when shared” Christopher McCandless
 (A Felicidade só é real quando compartilhada)

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