domingo, 17 de julho de 2016

A Beleza Está Na Simplicidade

Você já parou para prestar atenção nos pequenos detalhes do dia a dia? Isso mesmo, seja enquanto caminha na rua, olhando pela janela do carro ou ônibus... Parar para olhar as estrelas no céu parece mágico nessa nossa vida frenética.  Às vezes penso em como nem prestamos atenção na beleza ao nosso redor.  Beleza é um conceito tão variado, tão peculiar e intrínseco a cada um de nós! Porém, uma coisa é certa, não é preciso de muito para encontrá-la. 
Algo que me chamou atenção esses dias foi a quantidade de árvores floridas onde moro. Um dia em especial, uma árvore chamou minha atenção. Era de um verde vívido com belas flores cor de rosa. Fiquei apreciando aquela cena por algum tempo e me senti preenchida de grande euforia. Como eu podia ser tão tola a tal ponto de não enxergar essas pequenas belezas do dia a dia? Como podemos ignorar a beleza da vida?
Já faz tempo que comecei a olhar o mundo com outros olhos. Desde quando entendi as nossas limitações, que o ser humano não é perfeito, mas isso mesmo que o faz belo. Um sorriso ou um olhar alegre contam muito mais do que os padrões de beleza impostos pela sociedade. A beleza está mais na felicidade do que nos esteriótipos.
Como disse antes em Quem inventou a perfeição? Ninguém deve e pode te impor um ideal de beleza, a não ser você mesmo. O belo está nos pequenos detalhes, no que cada um gosta de si. Pedir para que todos concordem em seus gostos é mais difícil do que encontrar uma agulha num palheiro. A perfeição não é algo alcançável, portanto buscá-la é como correr atrás do sol.
Sem voltar a questão de "O que é beleza?" ou partir para um lado moralizador, quando digo que a beleza está na simplicidade, não tenho pretensão alguma em criar um molde desta. Do contrário, ao dizer isto, tento mostrar como não é preciso ir muito longe para achar o belo. Porque este está bem perto de nós, em um ponto de vista pessoal. Por isso mesmo, olhar mais ao nosso redor pode ser bem mais surpreendente do que o imaginado.

domingo, 10 de julho de 2016

Crítica - Como Eu Era Antes de Você



Logo que soube desse filme fiquei interessada. Assumo que li o livro por causa do trailer do filme, é por isso que sempre digo que as adaptações tem a sua utilidade: fazer as pessoas lerem. Devo dizer que gostei bastante do livro ( como já contei na Resenha). Mas ironicamente, o filme que me inspirou, me desanimou. Quer dizer, é um filme bom, mas também deixou a desejar. Na análise a seguir explico minhas razões.


Data de lançamento: 16 de junho de 2016 

Direção:
Duração: 1h 50min 
Gênero: Drama, Romance
Nacionalidade: Reino unido


Sinopse: Rico e bem sucedido, Will (Sam Claflin) leva uma vida repleta de conquistas, viagens e esportes radicais até ser atingido por uma moto, ao atravessar a rua em um dia chuvoso. O acidente o torna tetraplégico, obrigando-o a permanecer em uma cadeira de rodas. A situação o torna depressivo e extremamente cínico, para a preocupação de seus pais (Janet McTeer e Charles Dance). É neste contexto que Louisa Clark (Emilia Clarke) é contratada para cuidar de Will. De origem modesta, com dificuldades financeiras e sem grandes aspirações na vida, ela faz o possível para melhorar o estado de espírito de Will e, aos poucos, acaba se envolvendo com ele.

Opinião:  A história é simples e já foi comentada aqui no Blog, então a questão chave do filme que será abordada é a técnica. Primeiramente vamos falar dos acertos da obra. O cenário estava muito bem construído e detalhado, não me lembro de nenhuma adaptação tão fidedigna às descrições feitas no livro sobre o espaço. Também o figurino, mesmo que não seja 100% fiel aos descritos( mas isso também seria demais, não é?) foram muito bem construídos. As roupas espalhafatosas de Louisa e o belo vestido vermelho acertam na mosca e nos fazem dar boas gargalhadas ( o que foi aquela meia de abelinha?). A fotografia é outro ponto que merece destaque. O conjunto visual da obra ajudou, mas os ângulos e a resolução da imagem realmente ficaram realmente bons. 
Quanto as atuações não estou totalmente certa. Isto é, Sam Caflin atuou muito bem e transmitiu verossimilhança ao espectador, e merece reconhecimento pelas dificuldades físicas do papel. Enquanto isso, Emilia Clarke abusou das expressões faciais e fez a comédia ficar boa, porém, não posso dizer a mesma coisa sobre o romance. Clarke não me convenceu em seu amor para com Will, talvez a atriz precisasse desenvolver melhor sua atuação com romance. As atuações em um todo ficaram boas. No entanto, a comédia prevaleceu ao drama por parte dos atores em geral, o que me deixou meio desapontada.
Outros dois desapontamentos foram sobre a Trilha Sonora e o Roteiro. Sobre a trilha sonora, a decepção partiu das grandes expectativas inicias. É que as músicas são muito boas, mas sinceramente acho que os cortes e os posicionamentos delas nas cenas poderiam serem diferentes. Há alguns momentos em que senti falta de música e outros que achei desnecessário. Enquanto isso, o Roteiro parece não ter sido bem explorado, há certa estranheza em dizer que ele foi produzido pela própria escritora. Nas cenas do filme, Louisa parece apenas uma boba alegre e sua mudança não é tão significativa como no livro. E sobre Will, ouvi muitos comentários de pessoas que não leram o livro de interpretarem o seu desfecho como algo negativo, o que na verdade está mais para uma crítica à própria vida do que qualquer outra coisa. Creio que esse mal entendido seja por causa de algumas cenas cortadas. Talvez seria melhor fazer um filme com mais 30 minutos e desenvolver melhor os personagens...
Por fim: Em um aspecto geral "Como eu era antes de você" é um filme bom. Vale a pena assistir pela ideia central da história, mas o livro supera o filme, então mais do que qualquer outra coisa, leia! 

sábado, 2 de julho de 2016

Anatomia da alma

Meus pulmões estão cheios de esperança
Inspiro medo, expiro vontade
Meu coração pulsa segredos
Sístole, diástole, o sangue corre 
Pelas minhas veias os sonhos

Meu nariz cheira desconfiança
Olhos feitos de vidro contra falsidade
Ouvidos de aço contra sonhos ledos
Ouço o grito de cada neurônio que morre
E minha boca mastiga mais sonhos

Meu pescoço torce, destronca, quebra
Há pavor em minhas entranhas
Meu estômago digere toda uma era
Enquanto meus pés pisam em causa ganha
Mas minha alma, essa apenas e só sonha

domingo, 26 de junho de 2016

Resenha- Tudo e Todas as Coisas

No meu último aniversário ganhei um livro bastante peculiar. (Já deixo uma menção aqui, podem me presentear com livros, cartões presente para livrarias e por aí vai. rsrs ) Peculiar é claro, em um sentido positivo, digo pela diagramação. Você ainda não viu? Tudo e Todas as Coisas (Everything Everything) é um livro bastante curioso e criativo. De forma dinâmica a autora consegue entreter e envolver  o leitor. Admito que no final fiquei até com aquele gostinho de quero mais.
Tudo e Todas as Coisas


Editora: Novo Conceito
Ano: 2016
Páginas: 304
Sinopse: "Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. Olho pela minha janela para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega olhando-o e me encara. Olho de volta. Descubro que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre."



Sobre o livro:

 Imagine que você é alérgica ao mundo, exatamente à tudo e todos, que qualquer coisa pode servir de gatilho para sua eminente morte. Mórbido? Não tanto. Nicola Yoon aborda temáticas muito fortes de uma forma bastante leve. A obra trata de temas como violência doméstica, problemas psicológicos e até morte. Envolta em tudo isso está a trama central: Madeline possui uma doença extremamente rara que a obriga a não sair de casa basicamente desde que era um bebê. Ela vive uma vida hermeticamente fechada, literalmente, porque sua casa é lacrada e qualquer pessoa para vê-la precisa passa por um purificador; as duas únicas pessoas com quem ela tem contato são sua mãe e a enfermeira Carla. Apesar disso tudo, Madeline se considera uma pessoa feliz, ela estuda online e passa o seu vasto tempo livre lendo, lendo e lendo.
   Tudo isso vai mudar com a chegada de Olly, o novo vizinho. Aparentemente recluso, Olly começa a conversar com a vizinha pela internet e eles se tornam amigos. Essa amizade basicamente vai levar a uma outra coisa. Madeline pela primeira vez sente-se com muita vontade de conhecer o mundo. Isto é, mesmo que o mundo venha a matá-la. E esse é o grande embate da personagem, antes de conhecer Olly tudo era simples, mas após ele, ela passa a questionar toda a realidade ao seu redor.
   Devo elogiar a autora pela originalidade quanto ao estilo de escrita e diagramação, que por sua vez tornaram a obra muito mais fluida. Além das reviravoltas da trama, porque todo bom livro precisa de algumas reviravoltas. E preciso mencionar como gostei das intertextualidades com outros livros, pois isso é muito interessante e construtivo. Por fim, digo que esse livro é daqueles bem gostosos de ler, nos faz pensar em como muitas vezes vivemos em nossas redomas de vidro, seja por nossa culpa ou não. Portanto, quem tiver a oportunidade devia ler.

domingo, 19 de junho de 2016

Três anos de "O Diário da Poetisa"

Três anos atrás, eu recém tinha dado fim a meu antigo blog quando conheci a plataforma do Blogger. Estávamos no auge das manifestações de 2013 e minha cabeça fervilhava de idéias. Foi assim que nasceu "O Diário da Poetisa".
Decidi seguir uma linha mais adulta, e repaginei minhas postagens para algo mais consistente. A princípio comecei com poesias e algumas opiniões ( sabe aquelas coisas que parecem estarem entaladas na nossa garganta?) e fui evoluindo para as crônicas, resenhas e críticas de filme. Depois criei o Instagram e se tornou o que é hoje. Gostaria de ir além, porém, vou deixar as coisas fluírem.
O Blog conta muito sobre mim, sobre minha evolução como ser humano também. Além disso, é possível entender os contextos sociais pelas postagens. Pois é, no final das contas nossos registros são muito mais do que meras expressões.
Por enquanto são três anos e não sei quantos mais virão, prefiro ir seguindo meu coração. Vou escrevendo, me tornando uma pessoa melhor e aprendendo a cada dia mais. Mas sem me calar quando vejo algo errado. Colorindo minha vida e sem saber quem leu ou não, continuarei a escrever o meu "diário" de poetisa.
Beijos e muito obrigada a todos que lêem, acompanham e apoiam a ideia.

 Segue a primeira postagem aqui do blog:

A luta do Brasil


"Brasil, Terra que luta pelo que crê! 
Povo brasileiro que quer mais é viver! 
Vamos reivindicar o que é direito!
Vamos lutar pelos nossos preceitos!
Mas sem se esquecer da dignidade! 
E da decência para proteger o que é nosso! 
Que é nosso por direito, vamos cobrar! 
Sem violência, e sem perder a razão!"
Giovana de Carvalho 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Os dias em que dá vergonha de ser "ser humano"

Tem alguns dias em que seriamente sinto vergonha de ser "ser humano". Nós, no auge da nossa racionalidade (será?) nos tornamos cada vez mais egoístas. É cada um preocupado com seu próprio umbigo. A vida não é fácil, claro que não, tudo é corrido, aula, trabalho, leitura, amigos, problemas e quando dá lazer. Uma coisa é se preocupar consigo mesmo e sua autoestima, outra é ignorar o mundo ao nosso redor.
A princípio quero falar do primeiro caso que me chocou recentemente: o "estupro coletivo" da adolescente de 16 anos. Me entristece o fato de algumas pessoas justificarem o ocorrido com "ela mereceu", ou "se estivesse em tal lugar não teria ocorrido isso". Acho que não estamos mais no paleolítico para agirmos como animais, mas deveríamos usar a razão que nos foi dada. Parece que nosso país de raízes cristãs não aprendeu a lição de que ninguém deve atirar pedras uns nos outros, porque todos somos falhos, não é mesmo? E então entro no fato em si, a menina está com sua vida arruinada por causa de uns moleques ( não tenho palavra mais delicada para nominá-los) vazios, que não sabem respeitar outro ser humano e ainda querem expô-lo ao ridículo. A intimidade é uma das poucas coisas pessoais que temos domínio, colocá-la a exposição, ainda quando é por consentimento próprio, é deveras agressivo. E para deixar esse ocorrido como reflexão fica a mensagem: não são as marcas físicas, “digitais” e sociais que ficam, mas as psicológicas, afinal a vida dela e da família nunca mais será a mesma.
O segundo fato recente que me injuriou foi a morte do Gorila no Zoológico, em Ohio- EUA. Retirar o animal de seu habitat natural já é muito cruel, agora querer torná-lo o vilão da história é pior ainda. Não é possível prever as atitudes deste, nosso estudo da parte emocional e racional dos animais ainda está em desenvolvimento. Mas creio eu que o maior problema está na reincidência de ocorrentes de mortes a animais por descuido do homem. Os pais foram descuidados com a criança e  possivelmente  o zoológico poderia ter injetado um sedativo  no animal( ainda que em altas doses). E ao final das contas, quem são os animais que os zoológicos expõe? São animais recolhidos porque já estavam fora de seu habitat, como no caso do comércio ilegal de animais silvestres ou dos que já nasceram em reservas e zoológicos? Não sou contra zoológicos, acho que tem sua importância social e cultural, mas precisamos repensar como temos lidado com os animais.
E por fim, o recente ataque em Orlando. A que ponto chegamos, não é mesmo? Invadir uma boate, com a justificativa de ela atender público LGBT (justificativa de que, aliás?), e matar a queima roupa pessoas aleatoriamente. O que uma vida vale? Faz algum sentido utilizar a religião para retirar a vida de outrem? Creio que ainda é cedo para denominar o ato como terrorista, mas acredito que tenha um gancho nessa ideia. Povos antigos já sacrificavam aqueles que diferiam deles e ofereciam a seus deuses, infelizmente na Idade Média (e até certo tempo atrás ainda) a Igreja fez uma inquisição e matou todos aqueles que julgava impuros, errados, pecadores e por aí vai. Parece que o tempo passa e certas coisas não mudam nunca. 
Concluo com um pensamento e uma citação: Respeito é o essencial para vida, só devemos fazer para o outro, quem quer que ele seja, o que não nos importaríamos se fizessem para nós e ainda acima disso aceitar as diferenças e o espaço pessoal.(Afinal eu posso não gostar de algo que você gosta, por exemplo.)

"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."
Mahatma Gandhi

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/06/1780998-massacre-em-orlando-o-que-se-sabe-ate-agora.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/06/1779353-policia-do-rio-tenta-reconstituir-30-horas-em-estupro-de-garota.shtml



domingo, 5 de junho de 2016

O Show de Truman

A forma com que conheci esse filme é bem peculiar. Estava eu refletindo sobre a atuação de atores típicos da comédia em filmes dramáticos quando decidi procurar alguns trabalhos destes no drama (que por sinal é um dos meus tipos favoritos de filme ). Quando encontrei 'O Show de Truman" admito ter ficado com um pé atrás, será que Jim Carrey se sairia bem em um drama? Mas é então que fui surpreendida, ele não só se sai bem como traz um humor crítico que casa muito bem com o drama.



Lançamento 
Dirigido porPeter Weir
Duração1h43min
GêneroComédia, drama e ficção científica
NacionalidadeEUA



Sinopse
:Truman Burbank (Jim Carrey) é um pacato vendedor de seguros que leva um vida simples com sua esposa Meryl Burbank (Laura Linney). Porém algumas coisas ao seu redor fazem com que ele passe a estranhar sua cidade, seus supostos amigos e até sua mulher. Após conhecer a misteriosa Lauren (Natascha McElhone), ele fica intrigado e acaba descobrindo que toda sua vida foi monitorada por câmeras e transmitida em rede nacional.


Opinião: A história é aparentemente simples e não traz grandes emoções, a não ser em momentos específicos. Truman nasceu em um show de TV e vive como o "protagonista" da história de sua vida que é exibida sem parar. Só tem um pequeno detalhe em tudo isso, ele não sabe de nada.
Imagine que toda a sua vida tenha sido uma grande mentira e que você 
seja apenas um personagem. Desde o conceito de ser humano ao drama de milhares de adolescentes, podemos analisar essa obra de diversas perspectivas. Considerando que somos condicionados muitas vezes pelas situações que nos cercam e coisas que vão além de nosso alcance somos quase tão vigiados quanto Truman.

Mas ainda podemos agradecer por termos livre escolha, do que queremos para nossas vidas, ainda que limitados. E é essa a grande sacada do filme, Truman tecnicamente pode simplesmente sair do estúdio e tudo acaba, mas ele está lá há tanto tempo...  O que ele seria no mundo real? Quem ele seria? Será que nos deixamos presos por medo? Ficam as reflexões.